Em Belo Horizonte, Ana Maria Horta de Almeida cursa desenho e pintura com Frederico Bracher Júnior, em 1972, e composição e desenho com Nilza Borgeth, em 1975. Estuda desenho com João Quaglia, em 1977 e com José Alberto Nemer, em 1978, durante a 11ª e 12ª edição do Festival de Inverno de Ouro Preto. Ingressa na Escola de Belas Artes da UFMG de Belo Horizonte, em 1978, especializando-se em gravuras. Em 1979, freqüenta o curso de verão da Escola Guignard e o ateliê do artista Luiz Paulo Baravelli. Em 1980, leciona arte para crianças na Escolinha de Arte Quintal e desenvolve atividades criativas também para o público infantil nos Projetos Jequitinhonha e Tiradentes. Atuando como designer gráfico produz, em 1986, capas para livros da Coleção Circo de Letras da Editora Brasiliense, São Paulo e, capa do disco Piano de Ruth Serrão, lançado pelo Instituto Nacional de Música, parte do Projeto Memória Musical Brasileira do MEC. Casada com o fotógrafo Israel Abrantes, falece em 1987, num acidente de automóvel em Belo Horizonte, aos 30 anos.
“(…) A gravura foi o período marcado entre duas fases da pintura. A primeira que ela considera de formação, com as cópias, as naturezas-mortas, o figurativismo, estudos de luz e sombras e perspectivas. (…) Em seguida, um rompimento e o fluir total do inconsciente. A quebra e a entrada na fase atual”. Ignácio de Loyola Brandão ANA Horta: pinturas. Apresentação de Ignácio de Loyola Brandão. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1984. “A exuberância e intensidade das cores que eclodiu na pintura de Ana Horta antecedeu o rigor e a severidade preto e branco dos caminhos do desenho e da gravura. Foi um tempo fértil: base, alicerce, vigor que estabeleceria a própria essencialidade dos futuros projetos da artista. (…) Perseguindo o seu roteiro, após o momento decisivo no qual se decidiu pintora – tempo/relâmpago em que se encharcou de tintas, de roxos, amarelos, azuis e vermelhos gritantes, tempo em que sustou a censura, transgrediu regras e fórmulas, e se jogou livre, encantada, enfeitiçada na efusão da gestualidade – Ana Horta transpôs a barreira da performance média, lançando-se estrela no firmamento da pintura contemporânea brasileira (…) Em 1986, (…) emergiu uma fase de pintura manifestadamente mais densa, mais consistente, mais enfática. Ao perder a fluidez e se tornar mais matéria, ao dispensar as harmonias do arco-íris, a pintura de Ana Horta ganhou coragem. Como, por exemplo, no uso aberto do preto. Neste tempo, tudo indicava um destino largo e extenso para a jovem artista. (…) Ana perdeu a vida absurdamente, nas tramas de uma contramão”. Celma Alvim ALVIM, Celma. Nunca mais tuas cores, Ana Horta. Galeria: revista de arte, São Paulo: Area Editorial, n. 4, p. 20-21, 1987. “(…) A pintura de Ana Horta é um intrincado tecido de pinceladas linhas, áreas de matéria-cor, convivência de muitos estados de ação da artista. Harmoniza a convivência das áreas de cálculo com áreas de risco da experiência. Há uma ação liberta despertada na convivência com o mestre Amilcar. É o registro material de sensibilidade e inteligência entrecruzadas em cada tela. Sua Pintura está entre as que fazem da arte um ato de pensar e, ao mesmo tempo, é celebração da sensualidade. A cor é seu caráter de plena realização, prazer e alegria. Há um tempo que vem, vê e vence: conquista o espaço com gesto, registro de descarga de energia na linha iluminadora do relance de um relâmpago. Há um espaço que se faz: constrói o tempo em amplas áreas de pinceladas densas e largas, sedimentando a matéria como superfície iluminada. Ana Horta veio na rapidez feliz da sensualidade realizada, generosa e ampla, mas densa como um relâmpago e seu próprio gesto. Esvaiu-se e permanece juventude. Seu tempo deslocou-se da vida para ser pintura”. Paulo Herkenhoff ABRANTES, José Israel; PEDRO, Ivan. Pinturas Ana Horta. Apresentação de Cristiano Paz. Textos de Maria do Carmo Secco et al. Belo Horizonte: Comunicação e Artes, 1989, p. 61.
Acervos
Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM/RJ – Rio de Janeiro RJ
Exposições Individuais
1981 – Belo Horizonte MG – Individual, na Anno Arte
1982 – Ouro Preto MG – Individual, na Fundação de Arte de Ouro Preto
1982 – Rio de Janeiro RJ – Individual, na EAV/Parque Lage
1983 – Belo Horizonte MG – Individual, no MAP
1983 – Rio de Janeiro RJ – Individual, na Funarte
1984 – Rio de Janeiro RJ – Individual, na Galeria GB Arte
1984 – São Paulo SP – Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1984 – Belo Horizonte MG – Individual, no MAP
1986 – Belo Horizonte MG – Individual, na Galeria Gesto Gráfico
Exposições Coletivas
1975 – Belo Horizonte MG – Artistas Bancários
1975 – Belo Horizonte MG – Artistas Mineiros
1977 – Santos SP – 5º Salão de Arte Jovem, no CCBEU
1978 – Belo Horizonte MG – Brincando com a Linha, na Sala Corpo de Exposições
1979 – Belo Horizonte MG – Exposição dos Alunos da Escola de Belas Artes da UFMG
1979 – Belo Horizonte MG – Retrospectiva Audio Visual Mineiro, na La Taberna
1980 – Belo Horizonte MG – 12º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP
1981 – Belo Horizonte MG – 5º Salão de Artes Plásticas, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1981 – Belo Horizonte MG – Arte Ecológica, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1981 – Belo Horizonte MG – Projeto Jequitinhonha, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1982 – Belo Horizonte MG – 14º Salão Nacional de Arte, no MAP
1982 – Curitiba PR – 5ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão
1982 – Fortaleza CE – 8º Salão Nacional de Artes Plásticas do Ceará, na Casa da Cultura Raimundo Cela
1982 – Novo Hamburgo RS – 1º Salão de Artes Plásticas de Novo Hamburgo
1982 – São Paulo SP – 1º Festival Nacional da Mulher nas Artes, no MAC/USP
1983 – Atami (Japão) – 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 – Belo Horizonte MG – Brasil Pintura, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 – Kyoto (Japão) – 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1983 – Rio de Janeiro RJ – 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no MNBA
1983 – Rio de Janeiro RJ – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1983 – São Paulo SP – 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, no Masp
1983 – São Paulo SP – Arte na Rua, organizado pelo MAC/USP
1983 – Tóquio (Japão) – 6ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1984 – Belo Horizonte MG – Coletiva de Inauguração, no Cemig Espaço Cultural Galeria de Arte
1984 – Fortaleza CE – 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 – Niterói RJ – 1ª Arte Brasileira Atual, na Galeria de Arte da UFF
1984 – Olinda PE – Novos Gravadores Mineiros. na Oficina Guaianases de Gravura
1984 – Rio de Janeiro RJ – 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 – Rio de Janeiro RJ – Como Vai Você, Geração 80?, na EAV/Parque Lage
1984 – Rio de Janeiro RJ – Gravura 10 Artistas, no Solar Grandjean de Montigny
1985 – Belo Horizonte MG – Diálogos: novas linguagens da arte e a criança de sempre, na Cemig Espaço Cultural Galeria de Arte
1985 – Brasília DF – Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1985 – Rio de Janeiro RJ – Velha Mania: desenho brasileiro, EAV/Parque Lage
1986 – Belo Horizonte MG – 9º Salão Nacional de Artes Plásticas: sudeste, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1986 – Buenos Aires (Argentina) – 1ª Bienal Latino-americana de Arte sobre Papel, no Museo de Arte Moderno de Buenos Aires
1986 – Curitiba PR – 7ª Mostra do Desenho Brasileiro, no MAC/PR
1986 – Rio de Janeiro RJ – 9º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1986 – Rio de Janeiro RJ – Arte Hoje, no MNBA
Exposições Póstumas
1987 – Belo Horizonte MG – In Memorian, na Gesto Gráfico Galeria de Arte
1987 – Rio de Janeiro RJ – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1988 – São Paulo SP – 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada M.O.A
1989 – São Paulo SP – Pintura Brasil Século XX: obras do acervo do Banco Itaú, na Itaugaleria
1989 – Belo Horizonte MG – Aspectos da Arte Contemporânea, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1991 – Belo Horizonte MG – BR/80: pintura Brasil década 80, no NIC/Belo Horizonte
1992 – São Paulo SP – João Satamini/Subdistrito, na Casa das Rosas
1995 – São Paulo SP – Anos 80: o palco da diversidade, na Galeria de Arte do Sesi
1996 – Belo Horizonte MG – É um Menino: esses dias de Natal, na Cemig Espaço Cultural Galeria de Arte
1997 – Belo Horizonte MG – Prospecções: arte nos anos 80 e 90, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
2003 – São Paulo SP – 2080, no MAM/SP
2004 – Rio de Janeiro RJ – Onde Está Você, Geração 80?, no CCBB